Após a gravidez ou uma grande variação de peso, muitas mulheres percebem mudanças na região abdominal: a barriga não volta ao formato anterior, o centro do abdômen parece mais “fundo” e há um desconforto estranho que nem sempre é fácil de explicar. Esses podem ser indícios de diástase abdominal, uma condição comum, mas ainda pouco compreendida por grande parte das pacientes.
A diástase ocorre quando os músculos retos do abdômen — aqueles que formam o famoso “tanquinho” — se afastam, criando um espaço anormal entre eles. Esse afastamento compromete não apenas a estética do abdômen, mas também a sua função de sustentação e estabilidade corporal.
Se você suspeita da condição, veja abaixo os principais sinais de alerta para identificar a diástase abdominal e entenda como diagnosticar e tratar corretamente.
Um dos sintomas de diástase abdominal mais visíveis é um “calombo” ou elevação que surge na linha central do abdômen, principalmente ao fazer esforço, como ao levantar da cama ou tossir. Os músculos retos abdominais formam esse abaulamento, que tende a se intensificar ao longo do tempo se o paciente não tratar a condição.
Embora se pareça com uma hérnia, o afastamento dos músculos — e não uma falha na parede abdominal — causa esse abaulamento. Em muitos casos, a paciente acredita que ainda está com “barriga de grávida”, mesmo meses após o parto.
Outro sinal clássico da diástase abdominal é a dificuldade de recuperar o tônus do abdômen, ainda que com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios. Isso ocorre porque, com os músculos afastados, o centro da barriga perde sustentação e a pele fica mais flácida.
Esse quadro é muito comum no pós-parto, quando o útero já voltou ao tamanho original, mas a barriga continua com aspecto estufado. Se você faz exercícios e ainda sente que a região abdominal não responde como antes, pode ser a hora de investigar.
O abdômen tem papel fundamental na estabilização da postura e da coluna vertebral. Quando os músculos estão enfraquecidos ou afastados, como ocorre na diástase abdominal, a sobrecarga recai sobre a lombar, causando dores frequentes.
Essas dores podem se intensificar ao permanecer em pé por muito tempo, levantar peso ou realizar movimentos repetitivos. Em alguns casos, a diástase pode até interferir na prática de atividades físicas e no desempenho em exercícios de força.
Além de causar desconforto estético, a diástase pode comprometer a função muscular do core, provocando instabilidade na região central do corpo. Essa fraqueza abdominal leva à sobrecarga na lombar, resultando em dores frequentes e alteração da postura.
Nesses casos, quando o afastamento dos músculos é mais acentuado, a abdominoplastia surge como uma opção eficaz de tratamento. Ao reposicionar e reforçar a musculatura abdominal por meio da plicatura, a abdominoplastia contribui para restaurar o equilíbrio corporal e aliviar a tensão excessiva sobre a coluna, melhorando significativamente a dor lombar e a qualidade de vida do paciente.
A função dos músculos abdominais vai muito além da estética: eles são essenciais para a estabilidade do tronco, o suporte da coluna e até o bom funcionamento do sistema digestivo. Quando esses músculos estão afastados, como ocorre na diástase abdominal, a força do core fica comprometida, e isso pode afetar diversas funções corporais.
Um reflexo comum dessa fraqueza é a dificuldade para realizar movimentos simples, como levantar-se da cama ou manter uma postura ereta por longos períodos.
Além disso, muitas mulheres relatam episódios de prisão de ventre, já que os músculos abdominais participam ativamente do processo de evacuação. A pressão intra-abdominal reduzida dificulta o funcionamento do intestino, contribuindo para desconfortos e sensação de inchaço abdominal.
Ao tentar realizar movimentos simples, como contrair o abdômen de forma consciente, algumas mulheres percebem que a região parece “morta” ou sem resposta muscular. Essa sensação pode ser um indicativo de diástase abdominal.
Testes caseiros, como o autoexame com os dedos na linha do umbigo, ajudam o paciente a perceber o espaço entre os músculos, mas o cirurgião plástico ou o fisioterapeuta especializado deve confirmar o diagnóstico.
O diagnóstico da diástase abdominal é feito por meio de avaliação clínica e, se necessário, com exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética. O profissional irá medir a distância entre os músculos retos e avaliar a extensão da flacidez muscular.
Além disso, é feita a análise funcional do abdômen, para entender o impacto da diástase na postura, equilíbrio e força corporal. Esse diagnóstico é essencial para indicar o tratamento mais adequado.
Sim, e o tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo do grau de afastamento muscular.
Essa correção cirúrgica é frequentemente associada a cirurgias pós-gestação, como parte de um mommy makeover, visando restaurar o contorno corporal com segurança.
Portanto, se você identificou dois ou mais dos sinais citados, o ideal é marcar uma consulta com um especialista. A diástase abdominal não é apenas uma questão estética — ela interfere na saúde, na postura, no conforto diário e na autoestima da mulher.
Por isso, ignorar o problema pode levar a complicações como hérnias, dores crônicas e comprometimento da função muscular. Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível recuperar a firmeza abdominal e voltar a se sentir bem com o próprio corpo.
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
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