Com a promessa de zero calorias e sabor semelhante ao refrigerante tradicional, o refrigerante zero ganhou espaço entre pessoas que buscam emagrecer ou manter uma alimentação com menos açúcar. Mas será que ele é mesmo inofensivo à saúde?
Neste conteúdo, vamos esclarecer os principais mitos e verdades sobre o refrigerante zero, com base em evidências científicas e recomendações de especialistas. Acompanhe e tire suas dúvidas de forma definitiva.
Um dos maiores atrativos do refrigerante zero é justamente a promessa de ter zero calorias. E, sim, isso é verdade. A bebida é adoçada com edulcorantes artificiais, como aspartame ou sucralose, que oferecem sabor doce sem conter calorias.
No entanto, mesmo sem calorias, isso não significa que ele seja isento de efeitos no organismo. O consumo frequente pode desencadear outras alterações, que exploraremos nos próximos tópicos.
Esse é um dos mitos mais comuns. Tecnicamente, o refrigerante zero não causa ganho de peso diretamente, já que não possui calorias. Porém, estudos sugerem que o consumo excessivo de bebidas adoçadas artificialmente pode estar associado ao aumento de peso de forma indireta.
Isso ocorre porque o sabor doce sem a ingestão calórica real pode interferir nos sinais de saciedade e influenciar escolhas alimentares. Além disso, algumas pessoas acabam “compensando” o consumo do refrigerante zero com alimentos mais calóricos, acreditando que estão “economizando” calorias.
Muitos pensam que apenas o açúcar presente nas bebidas é prejudicial aos dentes. Contudo, o refrigerante zero também contém ácidos, como o ácido fosfórico e cítrico, que desgastam o esmalte dentário e contribuem para a erosão dental.
Por isso, mesmo sem açúcar, o consumo frequente pode ser prejudicial à saúde bucal. O ideal é manter a moderação e manter bons hábitos de higiene, como escovar os dentes após o consumo.
Essa é uma preocupação recorrente. Pesquisas já investigaram a segurança dos adoçantes artificiais usados na fórmula, como o aspartame. De modo geral, não há evidência científica conclusiva de que o refrigerante zero cause câncer quando consumido dentro dos limites recomendados por órgãos de saúde.
Tanto a Food and Drug Administration (FDA), quanto a European Food Safety Authority (EFSA) e a ANVISA consideram seguros os níveis atuais de consumo dos edulcorantes aprovados. O problema está no excesso crônico — assim como qualquer outro tipo de substância.
Estudos apontam que o consumo regular de adoçantes artificiais pode interferir na microbiota intestinal — conjunto de bactérias que vive no intestino e influencia diretamente no metabolismo, imunidade e até no humor.
Essas alterações podem, sim, afetar a sensibilidade à insulina e favorecer o surgimento de doenças metabólicas ao longo do tempo, especialmente se o consumo for frequente e associado a outros hábitos alimentares inadequados.
Comparado ao refrigerante tradicional, que contém açúcar em grande quantidade, o refrigerante zero é uma opção menos calórica, o que pode ser benéfico em alguns contextos, como no controle do diabetes ou no processo de emagrecimento.
Porém, é importante frisar que isso não o torna uma bebida saudável. Nutricionistas e médicos concordam que a água, chás naturais e sucos sem adição de açúcar são opções mais adequadas para consumo diário.
Não há consenso entre especialistas. Embora não exista uma proibição formal, o consumo de refrigerante zero por crianças não é recomendado, especialmente por conta da presença de adoçantes e aditivos químicos que podem afetar o paladar e o metabolismo infantil.
Além disso, o hábito precoce de consumir bebidas adoçadas pode estimular uma preferência por alimentos muito doces, o que prejudica o desenvolvimento de uma alimentação equilibrada.
Sim, o refrigerante zero pode ser consumido por pessoas com diabetes, desde que com orientação médica. Por não conter açúcar, ele não eleva diretamente os níveis de glicose no sangue.
No entanto, seu consumo frequente pode estar associado a efeitos adversos que impactam indiretamente a saúde metabólica, como já explicamos anteriormente. Por isso, mesmo quem tem diabetes deve priorizar bebidas naturais e sem aditivos.
Há estudos em andamento que investigam uma possível relação entre o consumo de adoçantes artificiais e alterações no humor, ansiedade e sintomas depressivos. A microbiota intestinal, que pode ser alterada pelo consumo frequente dessas substâncias, está diretamente conectada ao cérebro por meio do chamado “eixo intestino-cérebro”.
Embora as evidências ainda estejam em estágio inicial, é importante considerar esse aspecto — especialmente em pessoas com histórico de distúrbios emocionais.
A recomendação dos especialistas é que o consumo seja moderado, e nunca diário. Uma lata ocasional, dentro de um contexto de alimentação saudável, não deve causar prejuízos à saúde. Já o consumo diário ou em grandes quantidades pode, sim, trazer consequências negativas ao longo do tempo.
A European Food Safety Authority (EFSA) estabelece limites seguros para cada tipo de adoçante. Por exemplo, para o aspartame, o limite seguro é de 40 mg/kg de peso corporal por dia. Para ter uma ideia, uma lata de refrigerante zero contém cerca de 180 mg da substância.
Apesar de não conter substâncias diretamente classificadas como “viciante”, o refrigerante zero pode gerar dependência comportamental. Isso acontece devido à associação entre o sabor doce, o gás e o efeito psicológico de “saciedade” sem calorias.
É comum que pessoas que consomem frequentemente tenham dificuldade de substituí-lo por outras bebidas, mesmo sabendo que ele não é a melhor escolha nutricional. Por isso, é importante criar estratégias para reduzir esse hábito aos poucos.
Se consumido de forma esporádica e consciente, o refrigerante zero pode ser incluído em uma dieta equilibrada. O mais importante é que ele não substitua água ou bebidas naturais no dia a dia.
Além disso, seu consumo deve vir acompanhado de educação nutricional e de atenção às demais escolhas alimentares. Lembre-se de que saúde é um conjunto de hábitos, não uma bebida isolada.
Dra. Luciana Pepino recomenda sempre priorizar uma alimentação rica em alimentos naturais e evitar o consumo excessivo de bebidas industrializadas — mesmo as que se dizem “zero”. A saúde começa pelas escolhas diárias e pela moderação.
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
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